terça-feira, 23 de setembro de 2008

FASES..

Esse final de semana aconteceu algo engraçado, porém inocente. Meu primo de sete anos veio para a minha casa passar o sábado com a nossa família. Percebi o quanto ele havia amadurecido, já não era mais aquela criança chata que corria de um lado para outro e tentava se esconder debaixo da minha comprida saia, mas sim, já usava o “Por favor, e obrigado” da maneira correta, isso me impressionou. Quando chegou a hora de dormir e eu passei para me despedir e dar-lhe um beijo de Boa noite, ele me grita e diz:
-Acende a luz pra mim!
E eu lhes disse:
-Você já não ia dormir Juninho?
E ele com um tom inocente me respondeu:
-Só consigo dormir de luz acesa!
Nessa hora todo aquele papo de criança que amadureceu caiu por água abaixo. Onde já se viu uma criança de sete anos ainda dormir de luz acesa?
Hesitei,me chateei,tentei de tudo para convencê-lo de que dormir de luz apagada não havia mal nenhum, mas ele mesmo assim questionou que tinha muito medo e que criaturas sombrias poderiam perturbá-lo durante a noite e só a claridade da luz do banheiro iria acalmá-lo. E foi aí que eu me lembrei de um episódio quando eu tinha oito anos de idade. Em uma certa noite comecei a ouvir barulhos estranhos,as sombras das árvores balançando se retratavam nas paredes do meu quarto e a cortina ia se balançando,eu ouvia passos,mas no fundo achava que era só fruto da minha imaginação e foi aí que eu ouvi um trovão,um barulho muito forte e gritei!O escuro me dava ainda mais medo e eu não conseguia dormir, acordei o meu pai, que pacientemente me contou uma história, acendeu a luz e ficou ao meu lado até eu pegar no sono. No domingo acordei de manhã cedinho e a luz do banheiro permanecia acesa. Sua avó, que viria buscá-lo não apareceu e ligou dizendo que o pegaria na segunda-feira. Outra noite de sono, dessa vez tentei lhe contar uma história, fiquei ao seu lado de luz apagada, fiz brincadeiras,mas de nada adiantou,era mais forte do que ele,eu teria de acender a luz do banheiro novamente e foi aí que eu desisti de tentar mudar o que ele sentia, era algo só dele, o medo do escuro um dia ia se acabar e as sensações estranhas e sombrias durante o escuro iam desaparecer aos poucos,são apenas fases.Voltei até lá para dar-lhe um beijo e quando percebi ele já estava dormindo com uma expressão tão inocente e serena que quando olhei para a luz acesa apenas sorri e não mais apaguei.São apenas fases, fases de crianças.

3 comentários:

Fernanda Pedrecal disse...

Lindo texto, Mila! Gostei muito. Simples e delicado. :)

Beijocas!

Aline Dianna disse...

Que coisa fofa, esse texto *-*

Vai nessa de que é fase. Eu tenho pavor de escuro até hoje!

Aline Barbosa disse...

Nossa!
Uma coisa fofa mesmo! huaha

Parabéns pelo texto, guria...
Bjo!
\o7